Juiz de Fora, uma breve história
Texto escrito originalmente em 11/06/2017
Você sabe como surgiu a cidade de Juiz de Fora? Muitas pessoas não sabem, mas a nossa cidade já foi um arraial, depois se tornou uma vila, para então se tornar uma cidade, e além disso, ela se chamava Santo Antônio do Paraibuna.
E como foi o início de sua formação? Essa foi uma
das perguntas que me levaram a pesquisar mais e mais sobre a origem dessa bela
cidade. Consegui então reunir várias informações e fatos que relatam de forma
bem interessante o nascimento de nossa cidade.
A origem
A partir da descoberta de ouro em Minas Gerais,
onde se fez necessária a criação de um caminho para transportá-los, utilizou-se
uma antiga trilha indígena chamada Caminho do Peabiru. Esse caminho, conhecemos
hoje como Caminho Velho. Porém, devido ao contrabando e desvios de cargas, era
necessário um novo caminho, pois o caminho velho, que ia de Outro Preto até
Paraty, necessitava de uma viagem marítima até a Baia do Guanabara. Então,
surgiu o Caminho Novo, que sai do Rio de Janeiro até Ouro Branco, onde a
estrada se reencontra com o Caminho Velho. Foi a partir do surgimento do
Caminho Novo que a história de Juiz de Fora começa.
Nas
margens do Caminho Novo
O Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Artur
de Sá Menezes, recebeu uma Carta-Régia em 1699, autorizando a criação de um
novo caminho para a escoação do ouro das Minas Gerais, que visava uma rota mais
segura para o transporte das riquezas. Então, a abertura do novo caminho, ficou
a cargo do bandeirante Garcia Rodriguez Paes, que estava estabelecido como
sesmeiro, com duas roças na região: uma às margens do Rio Paraibuna e a outra,
na Borda do Campo, atual Barbacena. O sertanista conseguiu concluir a picada
para pedestres em 1700 após uma série de dificuldades. A partir de então continuou
a aprimorá-la para o trânsito de animais de carga visando explorar o privilégio
de cobrança de pedágios. A via foi concluída em 1707.
Arraial
de Santo Antônio do Paraibuna
O Caminho Novo era ladeado de muita mata fechada, e
era também habitat de índios Coroados e Puris. Em suas margens, foram surgindo
hospedarias, pequenos comércios e locais de parada para descanso dos cavalos,
assim como postos de fiscalização e registros. Em um local, pertencente ao
município de Barbacena, as margens do rio Paraibuna, começou a nascer um
arraial, que em 1713 ficou conhecido como arraial de Santo Antônio do
Paraibuna. Hoje, é o atual bairro Santo Antônio.
Vila de
Santo Antônio do Paraibuna
Uma capela dedicada ao Santo Antônio foi construida
no local, além de um cemitério, ranchos e pousadas, e com isso, veio a
distribuição de sesmarias e formação de fazendas. Com isso, o arraial foi
crescendo e se desenvolvendo, até se tornar uma Vila no inicio do século XIX,
principalmente devido as fazendas de café, tornando-a então o principal núcleo
urbano da região.
Com esse desenvolvimento crescente da Vila de Santo
Antônio do Paraibuna, iniciou-se um projeto de construção de uma estrada mais
larga, do outro lado do rio Paraibuna, com o objetivo de ser uma via
alternativa ao Caminho Novo que passava pela Vila. O projeto foi de autoria do
engenheiro alemão Henrique Halfeld (Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld), que se
iniciou em 1836. Essa via alternativa foi de suma importância para o
desenvolvimento da Vila, se tornando o centro de poder político e
administrativo. A Estrada do Paraibuna, como ficou conhecida, teve vários
nomes: Estrada Nova, Rua Principal, Rua Direita, e agora, Avenida Rio Branco.
Cidade do
Paraibuna
Devido a isso, em 31 de maio de 1850, a Vila se
desmembrou do município de Barbacena e em 1853 foi elevada a cidade, então,
Cidade do Paraibuna.
O projeto de construção da Estrada do Paraibuna,
era apenas uma parte do que se tornaria algo ainda maior, que era o seu
principal objetivo.
Com todo o crescimento de produção de café na
região, era necessário ligar a Cidade do Paraibuna à fazenda de veraneio do
Imperador Dom Pedro II, atual cidade de Petrópolis. O projeto de criação dessa
estrada ficou a cargo do engenheiro Mariano Procópio Ferreira Lage e se iniciou
em 1854, e junto, se iniciou a construção da Vila Ferreira Lage, atual Museu
Mariano Procópio e Quarta Região Militar, com o objetivo de hospedar os
imigrantes alemães que trabalhariam na construção da estrada. Os trabalhos
começaram em 1856. Em 1857, a fazenda de Petrópolis, foi levada a categoria de
cidade e em 23 de junho de 1861, foi então inaugurada, por Dom Pedro II,
Imperador do Brasil, a estrada, que até hoje é conhecida como Estrada União e
Indústria.
Cidade de
Juiz de Fora
Então, em 1865, a cidade passa a se chamar Juiz de
Fora, nome que faz referência a um juiz de direito que ficou hospedado na
região no tempo colonial, pois na época, não havia juiz em algumas localidades
da região.
OBS: No tempo em que o arraial virou vila, o Brasil
ainda era colônia de Portugal. Porém, na época que Juiz de Fora se tornou a
Cidade do Paraibuna, o Imperador do Brasil era Dom Pedro II.
Com isso, a produção de café cresceu ainda mais e a
cidade se tornou o principal centro urbano e comercial da Zona da Mata, onde
então começaram a surgir estabelecimentos comerciais e fabris. Em 1867, a
estrada de ferro Dom Pedro II (Atual Central do Brasil), se encontrou com a
Estrada União e Indústria. Dois fatos importantes aconteceram em 1870, que
foram a instalação do telégrafo e o inicio de circulação do primeiro jornal
impresso conhecido sob o nome O Imparcial. Em seguida surgiu o jornal O Pharol,
que foi publicado de 1872 até 1939.
Com isso, vieram para Juiz de Fora vários escravos
e imigrantes de outras regiões próximas para trabalhar nas fábricas fazendo de
Juiz de Fora a cidade mais próspera da região, atraindo vários empreendedores,
entre eles, Bernardo Mascarenhas, que fundou em 1888 a companhia têxtil
Bernardo Mascarenhas, seguido pela fundação da Companhia Mineira de
Eletricidade, juntamente com seu sócio, Francisco Batista de Oliveira. A Cia
Mineira de Eletricidade foi responsável pela implementação dos bondes
elétricos. Bernardo Mascarenhas fez ainda mais e inaugurou em 1889 a primeira
usina hidrelétrica da América do Sul, a Usina de Marmelos, com o objetivo de
fornecer energia para suas fábricas de tecidos e eletricidade à iluminação
pública, que antes era a gás. Valeu o título de Manchester Mineira para Juiz de
Fora. Em 1889, foi também a criação do Banco de Crédito Real.
No inicio do século XX, Juiz de Fora era uma cidade
de indústria têxtil e de alimentos, se tornando o principal centro comercial do
estado de Minas Gerais.
Felipe S. Cordeiro
ola brigado pelo video , como eu acho a chave pra descompaquitar?
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